4x04 - I'm Alive and on Fire

Escrever a review dos episódios dessa quarta temporada de True Blood tem, apesar das dificuldades próprias de se escrever qualquer texto, se tornado uma tarefa cada vez mais fácil. Os episódios têm sido bons e prazerosos de tal maneira que cada review acaba inevitavelmente repetindo os mesmos elogios ditos na semana anterior.

Tendo dito isso, impossível não notar que, assim como o terceiro, o episódio exibido nesse último domingo foi incrivelmente divertido. Melhor ainda é perceber que a série, apesar de investir em humor, não perde em crueza, em intensidade, em suspense ou mesmo em melancolia. Um bom exemplo disso foram as várias cenas de Eric durante o episódio, primeiramente mostrando o personagem eufórico, atrevido e divertidíssimo, para, mais ao final, mostrar uma melancolia nostálgica ao reconhecer a impossibilidade de uma vida ao sol. Eric high on fairy foi sem dúvida um ponto altíssimo do episódio.

Já no quesito crueza, não tem como negar que as cenas de Jason Stackhouse desde seu rapto em Hotshot são bons exemplos do que esse conceito pode significar. Foram cenas de violentos ataques por panteras, de certo frenesi toxicomano encabeçada por Crystal e, mais recentemente, cenas de sexo forçado. Isso tudo sem contar com as bizarras relações familiares que existem por ali. Em meio a tanto absurdo, o momento dividido entre Jason e Becky nesse episódio se destacou pela doçura simples.

Ainda sobre o personagem de Ryan Kwanten, me arrisco a dizer, depois da cena na estrada, que algo pode vir a acontecer entre Jessica e ele (será?). Como e quando são, no entanto, perguntas com respostas ainda muito vagas.

Mas em se tratando de crueza, Hotshot não foi o único lugar privilegiado. Admito que as cenas finais entre Tommy Mickens e sua família perturbada me deram uma pouco de dó. Com a evolução do relacionamento entre os irmãos Sam e Tommy, e até mesmo antes, meu apreço pelo personagem aumenta cada vez mais.

E por falar em apreço por personagens, coitada da Pam! Não bastasse a preocupação em resolver a recente amnésia de seu criador antes que ele seja morto, Pam conseguiu pra si um problema próprio. Uma puta sacanagem.


Outra faceta do seriado que foi abordada de forma bastante produtiva durante esse episódio foi o desenrolar dos relacionamentos amorosos. A ligação entre Sookie e Eric parece estar aumentado sua consistência. O interesse que há duas temporadas era unilateral por parte do vampiro, está recebendo uma resposta sutil de Sookie, principalmente em função da maior percepção que a personagem vem tendo do lado humano de Eric. Já a relação com Bill Compton se mantém com ares de inacabada. A dúvida sobre a veracidade dos sentimentos do rei vampiro da Louisiana, parecem estar lentamente sendo diluídas.

Não bastasse a atenção da moça disputada por dois, a aproximação entre Sookie e Alcide também aumenta. Nada muito surpreendente, já que a personagem parece estar sempre dando mole pras pessoas. Mas o diferencial de ter outra mulher envolvida, e, nesse caso, uma mulher com um histórico bem tenso, pode ser uma novidade interessante.

Dois importantes acontecimentos também se destacaram nesse episódio. Um deles foi o começo da explicação das motivações do espírito que possui Marnie. Pelo que já pôde ser visto, a bruxa que viveu na Espanha na época da perseguição abomina em especial (e ainda sem motivos claros) os vampiros.

O outro acontecimento de importante destaque foi a evolução da trama do bebê de Arlene, com a cena na qual ele escreve em letras vermelhas na parede as palavras “Baby not yours”. Toda essa vibe de “O Bebê de Rosemary” tem sido super interessante, assustadora na medida certa, e tem bastante espaço pra crescer.

Em resumo, o episódio mantém o nível de qualidade que a quarta temporada da série vem apresentando logo desde o seu começo. Vale apostar que com a contínua evolução das tramas, episódios cada vez melhores serão exibidos.