3x03 - It Hurts Me Too

Todo mundo já escutou em algum momento que “a vida é feita de altos e baixos”, e infelizmente True Blood não se exclui dessa verdade universal. Não me entendam mal, não é que eu tenha achado o episódio ruim, ele só realmente não foi insanamente bom como o primeiro ou como o segundo. Ele foi bom, só que foi meio morno também. Mas como True Blood é sempre True Blood, até nos seus episódios mais mornos coisas absurdas e interessantes acontecem! Então vamos falar sobre essas coisas, que são o que interessa!

Por exemplo, foi muito interessante ter visto pela primeira vez a percepção de velocidade pelos olhos de um vampiro. Quando um vampiro é mostrado se movimentando, geralmente é de forma loucamente rápida, que é obviamente a visão que um humano tem. Foi interessante e bem válida a inversão da percepção, mostrando a visão vampírica no melhor estilo Matrix, na cena que o Eric é baleado. É uma pequena novidade, mas que dá sempre um fôlego novo.

E por falar em Eric, tem como não amar o personagem? Eu já gostava dele quando ele não tinha praticamente atenção nenhuma na série, agora então, que o Alan Ball decidiu explorar ao máximo tudo que o personagem tem a oferecer, tá se tornando uma loucura. Ele foi sem dúvida alguma um dos pontos altos desse episódio. Praticamente toda cena em que ele apareceu foi uma cena boa. Sempre alternando entre momentos de raiva e ataques vampirescos, e momentos de fofura surpreendente e ironia pura.

E, gente! Fiquei muito impressionado com a capacidade reacionária da Sookie! Tipo, tudo bem que ela já passou por metade dos perigos que existem no mundo, e tudo bem que ela tá sempre entre vampiros e já deve ter se acostumado a uma vida um tanto quanto agitada, mas conseguir reagir de forma tão rápida depois de ter sido atacada por um lobo é realmente algo a se admirar. E mais, ela não só foi rápida, como foi também certeira! Sério, ela acertou um tiro no pé do bicho! Como!?

E por falar nos lobos, talvez seja um pouco cedo demais pra dizer, mas por enquanto eu tô realmente achando todo o trabalho de atuação desses lobisomens bom demais! Eles de fato conseguem convencer enquanto animais, e isso é impressionante quando você para pra pensar que não existe exatamente uma forma de aprender a agir como um. Também não posso ignorar a primeira aparição do lobisomem Alcide Herveaux, que foi, pessoalmente, um tanto quanto sem graça, mas que de certa forma escancarou de uma vez só a abertura da terceira temporada ao mundo dos lobisomens.


E se o Eric foi um dos pontos altos do episódio, sem dúvida alguma a trama do Bill e a trama do Sam não ficaram muito para trás.

Como se já não bastasse toda a emoção de ver a Lorena sendo atingida por uma lamparina e depois flamejando no episódio anterior, assistir ao retorno dessa cena com ela sendo apagada por um tapete e ficando igualzinha ao Fredie Kruger, foi sem dúvida alguma impagável! E eu preciso admitir que depois de assistir aos flashbacks do Bill, me tornei mais simpático à ela.

Assistir ao passado dele foi, inclusive, uma parte toda especial desse episódio. Finalmente começou-se a desvendar a relação dele com a mulher e com a sua criadora, e principalmente abriu-se espaço pra entender melhor as motivações e a essência do personagem. Com certeza é algo para se acompanhar com bastante atenção.

Eu pensei em comentar alguma coisa sobre a cena de sexo louco do Bill com a Lorena, mas sinceramente, vocês acham que há algo a ser dito? Acho que a cena fala toda por si só, afinal de contas, não há nada que explique melhor a relação entre os dois personagens do que uma cena com torções de pescoço em 180 graus.

Já a trama do Sam, apesar de estar bem no começo, já se mostra de uma complexidade de emoções bastante intensa, já que a relação estabelecida com a sua família biológica mal começou, mas onde já pode se perceber sinais de estranhamento e de brigas familiares, principalmente entre ele e seu irmão, Tommy.

Mas enfim, sabe como são irmãos, né? Estão sempre brigando, sempre querendo mais atenção que o outro, sempre tentando se matar, sempre agindo como animais... De fato, olhando dessa forma, até que é uma família bem normal, né? E eu sei que disseram que a família biológica dele é terrível, e que tem um lado podre e cheio de escuridão, mas eu não consigo evitar de sentir uma afeição louca pela mãe dele! Fala sério, ela é mó fofa!

Outro que merece atenção especial depois desse episódio é o personagem Franklin Mott. Não só por sua relação com a Tara, que promete ser absurdamente foda, mas também por causa dessa aura de Sherlock Holmes dos vampiros que envolve ele. Sério, histórias com detetives são sempre as melhores!


E olha só, antes que eu me esqueça, eu sou super à favor de personagens nus, sou mesmo! Mas aquela cena do Jason no sonho foi completamente desnecessária, minha gente! Alguém precisa avisar ao Alan Ball que é ótimo que True Blood seja uma série liberal, mas que é melhor ainda quando essa liberalidade não é meramente apelativa. Não que já tenha acontecido nudez não gratuita na série, mas enfim.

De forma geral, apesar de não tão intenso, o terceiro episódio criou uma boa atmosfera para a evolução de todas as tramas, funcionando essencialmente como uma preparação pro que ainda virá. Enfim, vamos manter os dedos cruzados e esperar por mais um episódio alucinante no próximo dia onze!