3x01 - Bad Blood

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Eu não sei se é histeria básica da minha parte, causada principalmente pelo longo tempo sem True Blood, mas esse episódio foi muito bom! Não só pelo fato de ter sido a season premiere, o que por si só já bastaria pra levar qualquer fã à loucura, mas porque a atuação do elenco como um todo estava espetacular, sem contar com o aparecimento de novos personagens, com o maior destaque pra alguns dos antigos e o ínicio de uma trama completamente nova.

Esse primeiro episódio tem uma linha bem traçada em relação a sua história, girando basicamente entorno da morte do Eggs e do desaparecimento de Bill. Dois acontecimentos que poderiam ter sido mal explorados, mas que com todo o talento de Alan Ball, conseguiram envolver praticamente todos os personagens da série. Eu me lembro vagamente de ter visto em um desses milhares de vídeos que a HBO liberou antes da estréia, um diretor de criação da série dizendo que nessa terceira temporada, True Blood evoluiria como uma série de fios, as histórias separadas, que se entremeariam numa trama principal, acho que foi isso que eu quis dizer por “envolvimento de praticamente todos os personagens”.

E eu nem sei explicar o quanto esse episódio me deixou feliz! Sério mesmo, só por ter surgido uma perspectiva de uma volta do casal mais fofo do seriado, leia-se Jessica e Hoyt, já me ganhou por completo! Falando na Jessica, acho muito criativa a forma como tem sido explorada e esmiuçada a personagem dela. A Jessica de certa forma representa a evolução de um vampiro, desde sua fase mais primitiva e instintivamente predadora, até a fase da aprendizagem e da forma de lidar com novas capacidades.

Mudando um pouco de assunto, mas ainda no quesito capacidades, alguém me explica o Eric? Porque olha, fiquei assustado com a coitada da Yvetta praticamente desidratada de tanto suar, transando loucamente durante horas e horas! Transando uma ova, né? Aquela mulher tava sendo “transada”, e não tava sendo pouco “transada”, tava levando ferro forte! Ah, é! Vocês reparam que o Eric, ou melhor, o Alexander Skarsgård, tem as marquinhas do sexo nas costas? Loucura, hein?! Yvetta (a.k.a perseguida de ouro) que se cuide!

Mas não foi só nas marquinhas do sexo que eu reparei não, achei muito impressionante o salto emocional que o personagem do Alexander Skarsgård sofreu. Antigamente ele mal sorria, ou melhor, mal expressava algum sentimento. Agora ele grita loucamente com as pessoas no telefone e fica todo se querendo pra cima da Sookie! Acho muito bom, que venham mais explosões dessas.


E se eu for falar em pessoas fazendo sexo, eu preciso falar nas pessoas quase fazendo sexo também, né? Quero registrar aqui que eu acho o Alan Ball um grande sacana, e no melhor dos sentidos! Como se sabe, ele é abertamente homossexual, e não perde oportunidades de deixar todo o elenco masculino nu. Dessa vez ele não só deixou parte do elenco masculino nu, como começou um quase sexo entre dois componentes desse elenco: o Bill e o Sam! Não se contentando em colocar o Sam numa posição constrangedora, e obviamente passiva em relação ao Bill, ele ainda tem a ousadia de usar o maior clichê da vizinha gostosa americana, o clássico “Can I use your shower?”. Enfim, uma tirada cômica de ótimo gosto.

Já em relação ao núcleo que diz respeito a Tara, a Lettie Mae e ao Lafayette, eu não sei nem o que dizer! Primeiro porque os três são de um talento absurdo, e segundo que a relação doentia que rola ali no meio já fala por si só! Entretanto, esse episódio me fez perceber uma coisa: reparem em como o Lafayette, do topo de sua loucura e excentricidade, se tornou ironicamente a personagem mais responsável e cuidadosa da família. Acho que Nelsan Ellis tem uma capacidade absurda como ator pra conseguir expressar tamanha disparidade de comportamentos simultaneamente.

Outra que eu nem sei exatamente o que dizer é a personagem da Evan Rachel Wood, a maravilhosa Rainha traficante, Sophie-Anne, que é simplesmente foda e magnífica! O poder e a forma como ela trata o Eric, sempre permeando entre o sexual e o violento é simplesmente um orgasmo visual, é lindo de se assistir.

Uma peça a parte de toda essa história, e que é na minha opinião uma das melhores personagens da série, é a Pam. Eu simplesmente não consigo resistir ao comportamento insolente e ao humor cáustico dela. Vocês tem que admitir que ela “tentando” impedir a Sookie de entrar no porão do Fangtasia onde o Eric tava transando na Yvetta, foi um dos pontos altos do episódio! Fico sinceramente muito feliz de começarem a dar mais luz sobre ela.


Mas, finalmente, o que pra mim foi mais impressionante e genial em relação ao roteiro, que nunca havia me ocorrido e que pra vocês pode ser a coisa mais óbvia e velha do mundo, foi a forma como eles estabeleceram a relação entre os lobisomens e os vampiros. Tudo bem que eu tô baseando isso em cima do primeiro episódio só, mas nunca iria me ocorrer que os lobisomens atacariam vampiros em função do sangue alucinógeno deles. Sei lá, quando eu parava pra pensar na terceira temporada com vampiros e lobisomens só me ocorria uma guerra qualquer em função de preconceito de uma raça com a outra. Eu nunca ia pensar que os lobisomens, apesar do ódio dos vampiros, iriam se aproveitar do sangue deles. Enfim, genial! Veremos se isso evolui ou se são só realmente werewolfs on drugs!

A espera para essa terceira temporada foi bem longa, mas o saldo sem dúvida foi positivo. Essa temporada promete grandes surpresas e, melhor de tudo, um pique interminável! Vamos ver, e rezar aos céus, pra que não seja tudo uma grandississima decepção. Ou pior, uma novela mexicana.